sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ela e sua Bolha.




20 anos já havia passado desde a sua entrada na bolha.

Ela viva como qualquer outra pessoa normal: saia com amigos, estudava, possuía uma família e como qualquer ser humano teve seus momentos de reacionária, revolucionária e tantos outros que começam com um “re”.

Teve uma infância normal. Muitas brincadeiras e quedas .

Uma adolescência não tão normal, um pouco estranha:não tinha as preocupações q as menininhas tinham. O mundo parecia ser tão feio e ela achava tão chato o ato de viver. Parecia que não havia espaço para ela nesse globo...
Além da confusão que era os seus pensamentos...Possuía um desejo maior do que ela mesma de mudar as coisas a sua volta. Mas vendo como nada disso interessava aos outros, ela decidiu criar uma bolha.
Eu me pergunto como ela criou essa bolha e, pricipalmente, como se trancou lá.
Era um mundo seu, tinha tudo o que precisava: um amor (que elevava a sua alma), livros(que a comunicava consigo mesma), telefone (para conectá-la ao outro) e computador com internet (que a conectava com o mundo externo) . Talvez a frustração tenha sido a principal chave que a trancou lá. Deveria ser triste para ela enxergar em um mundo cego. Até consigo sentir a sua dor...

A juventude chegou, (parecia que as únicas coisas que permeavam a bolha eram as “coisas da vida”, esse “ciclo” que é viver, e ela amadureceu umas idéias, fez questão de apodrecer outras....Conseguiu esfriar sua visão, desacelerar sua pulsação diante do mundo e usando novos óculos decidiu sair da bolha. A bolha que era seu esconderijo, sua capa invisível...Era para lá q ela sempre corria quando o mundo se mostrava como era de verdade.

Conheceu novas pessoas, novos ambientes e sempre ouvia a frase “parece que tu vives em uma bolha”...Como todos poderiam achar isso? A bolha era o seu local invisível...E ela ainda achava que os seus novos óculos a fazia igual a todos os outros...A dúvida cercava os seus pensamentos, viva entre os extremos de viver em uma terra de cegos ou voltar para a sua bolha...

Ela se esforçou, tentou mudar, procurou os devidos moldes para se confundir no meu da multidão, sendo apenas mais um número...Mas não conseguiu, mais uma frustração...

Parecia que a dor era a sua maior professora e a sua maior amiga. Não aguentava mais as correções dessa grande mestre e não entendia o que ela queria ensinar. Decidiu então apenas ser. Ser o que na hora sentisse, falar o que na hora pensasse, agir de acordo com o sentimento, transparecer a emoção de cada segundo (na fala, no canto, na intenção e no gesto). Que se danasse esse mundo cego, insensível às coisas que vem de dentro.
Ela agora seria apenas ela, sem óculos, sem armadura, apenas com sua bolha, seus livros, seu telefone, seu computador com internet e com seu amor (que parecia ainda estar intácto).
Sendo apenas ela, sendo apenas aquilo que aflorava em suas espontâneas emoções, ela conseguiria suportar o mundo cego e os ensinamentos da dor, sua tutora até os dias atuais.
É...
Certas coisas nunca poderão ser tiradas de você, nasce-se com e morre-se com. Essas “certas coisas” geralmente são o que de mais belo possuímos, por isso a importância de não as perdermos...

Um comentário:

  1. "Ser essência muito mais..."
    Mudamos muito ao longo da vida, mas da nossa essência não podemos abrir mão! É ela que nós faz ser o melhor ou o pior que podemos ser... Eu acredito nisso!

    Que lindo irmã! Adorei seu blog. Tô orgulhosa de verdade. :)
    beijos

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